Cortaram minhas pernas...Sacrificaram minhas asas...
Estou dentro dessa confusão de decisões que me deixa louca cada vez que tento desvendar!
Penso nas minhas fragilidades
Isso pode não fazer sentido...
Preparar-me para um mundo que foge aos padrões da boa convivência e do respeito
Do estupro dos corações e das mentes ingênuas e inocentes.
Talvez não haja espaço para esse modelo de pessoa
Concluo que prefiro eternamente ficar dentro desse buraco, dentro desses segredos que me fazem encolher, me sentir inútil, insignificante, dando asas para o comodismo que tanto desejo!
Mas a realidade é diferente
Necessito retirar do fundo da alma essa efervecência da vida!
Por mais que o mural dos meus sonhos esteja todo borrado agora.
Onde esta a âncora da minha vida?
Onde esta alguma fortaleza onde possa me reconfortar, multiplicar e dividir a minha coragem...
Lindamente sinto Deus comigo, mas por alguma razão não parece ser suficiente mesmo tendo a certeza que SIM...
E mais uma vez os detalhes trazem a tona uma fragilidade imperceptível...
Mãos tão pequenas que as luvas apropriadas não se encaixam...
Dedos que os aneis sempre escapam...
Lágrimas que insistem em cair apesar da relutância...
Pés calejados de andar e tropeçar em obstáculos invisíveis...
Compaixão que transborda!
Nessa nova fase da vida, só chore com a sua dor - disseram-me.
Pessoas morrem todos os dias, passam fome todos os dias, se drogam todos os dias, se desgraçam todos os dias...
Saber disso tudo e simplesmente balançar a cabeça num sinal de afirmativo ou de negação...
Meu pobre e errado coração não consegue!
Não me permito tal dureza, crueldade...
Sei que me mataram...Me atingiram em cheio...Onde mais doía!
Me resta a convicção de que os meus dedos sangrando dos tropeços nas pedras, rachaduras ou em mim mesma podem me guiar para onde me sinta bem com a minha consciência...
E assim a borboleta ganhou forças, abriu a tampa do vidro e voou...
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